São Pedro Chanel, SM (1803-1841)

Pedro (Pierre) Chanel nasceu no dia 12 de julho de 1803 em Cuet, uma pequena aldeia no sul da França, não muito longe da fronteira com a Suíça. Ele foi o quinto de oito crianças da família de Claude-François Chanel e Marie-Anne Sibellas.

Sabemos que aos sete anos de idade ele já estava no campo cuidando de vacas durante o verão. No inverno ele estudava Latim, com outros jovens, na casa de Jean-Marie Trompier, o pároco. Sua vida e educação eram assim naquela época. Pedro fez a sua Primeira Comunhão aos 14 anos de idade em 23 de março de 1817. Mais tarde ele iria dizer ao Irmão Marie-Nizier, aquele que estava junto com Pedro na Ilha de Futuna, que naquele momento ele sentiu a vocação de ser missionário.

Em 1819, Pedro entrou no seminário menor em Maximieux e começou a sua formação para ser um sacerdote. As pessoas que o conheciam na época lembram de um jovem meio quieto, com uma bela voz para cantar e sempre com uma disposição generosa e sorridente. Ele foi ordenado presbítero no dia 15 de julho de 1827, junto com outros 24, por Dom Devie, o bispo da Diocese de Belley.

Na Diocese de Belley estava se formando um pequeno grupo de padres com sonhos de fundar a Sociedade de Maria dedicada a servir a Igreja através da educação de jovens e de trabalhos missionários, tanto “missões populares”, quanto em outras partes do mundo, e tudo do jeito de Maria. O Fundador foi Pe. João Claudio Colin.

Em setembro de 1831, após um breve período como pároco em Crozet, Pedro Chanel ingressou com os Maristas e começou a trabalhar no Colégio em Belley como vice-diretor.

Na época, Roma estava preocupada com a necessidade de aumentar trabalhos missionários na Oceania, aquela vasta região do Oceano Pacífico cheia de pequenas ilhas habitadas pelo povo da Polinésia. Já tinha a presença de missionários protestantes e muitos caçadores de baleias.

A pedido do Papa, os Maristas (Sociedade de Maria) aceitaram esta nova missão e no final de 1836 um pequeno grupo de missionários maristas ( 4 padres e 3 irmãos) sob a liderança do Bispo Pompallier deixou o porto de Le Havre, França. Neste grupo se encontrava Pedro Chanel (33 anos de idade), o Irmão Marie-Nizier Delorme (20 anos de idade), que iria trabalhar com Pedro na Ilha de Futuna. Foi um grupo cheio de jovens: o bispo tinha 35 anos, a idade média dos padres era 33, e dos irmãos 24.

Depois de uma viagem comprida e com a morte de um dos padres (Pe. Bret) perto do litoral do Brasil, Padre Chanel e Irmão Marie-Nizier foram deixados na Ilha de Futuna no dia 12 de novembro de 1837 para iniciar a obra de evangelização. Numa ilha chamada Uvea, com 160 km de distância, dois outros missionários (Pe. Bataillon, que mais tarde iria ser conhecido como “Apóstolo da Oceania” e Ir. José Luzy) foram deixados, enquanto o resto do grupo continuou para Sidnei, Austrália e depois Nova Zelândia, a sede da missão, 2.000 km para o sul.

A ilha de Futuna é como um pingo de verde num vasto Oceano azul! Ela tem 13 km de comprimento e 8 km de largura e montanhas com espinha dorsal. A população da Ilha de Futuna na época de São Padro Chanel era de aproximadamente 1.000 habitantes. O povo vivia dividido em dois grupos de cada lado da ilha e frequentemente havia batalhas entre as duas tribos.

É difícil imaginar as dificuldades enfrentadas por Chanel e Marie-Nizier naqueles primeiros anos de missão. Eles precisavam adaptar a um clima totalmente diferente da França. A comida sempre consistia em “taro”, uma espécie de batata muita dura e de difícil digestão e peixe. Às vezes havia carne de porco doada pelo chefe. Pelo menos o chefe da tribo dominante lhes concedeu uma casinha de palha para morar, e um náufrago inglês, Tomás Boag, ajudou com a comunicação e outras coisas práticas. 

Uma leitura do seu diário e as suas cartas mostra que a missão não avançava. Às vezes havia batismo de crianças moribundas e pessoas bem idosas. Chanel e Marie-Nizier também cuidavam de pessoas feridas nas constantes batalhas entre os dois lados da ilha. Apesar de tudo isso, Pedro não perdeu a sua fé nem o seu ânimo. Começava o seu dia com as suas orações e a Santa Missa antes de sair para fazer visitas às aldeias da Ilha.

Enquanto isso a missão em Uvea ganhava força.

Em maio de 1840 Pe. Chevron e Ir. Attale chegaram em Futuna para ajudar Pe. Pedro Chanel e Ir. Marie-Nizier. Porém, em novembro de 1840 eles receberam um pedido de ajuda de Pe Bataillon em Uvea. Lá ele tinha 1400 catecúmenos se preparando para o batismo! Sem pensar duas vezes, Pedro envia imediatamente Pe Chevron e Ir Attale para Uvea.

Pouco tempo depois, Meitala, o filho mais velho do Chefe Niuliki, pede instrução na fé católica. Isto causa um grande espanto entre os sacerdotes pagãos da Ilha, porque eles bem sabem que a religião do chefe se torna a religião do povo. Fazem planos para matar São Pedro Chanel. Depois de ter enviado mensagens falsas para Marie-Nizier e Tomás para ir ao outro lado da ilha, Pedro Chanel é martirizado por Musumusu à mando do chefe e seus sacerdotes no dia 28 de abril de 1841.

Ao saber da notícia, Marie-Nizier e Tomás fogem para Uvea num veleiro e aos poucos a notícia ia se espalhando ao mundo inteiro sobre o primeiro mártir da Oceania.

Bispo Pompallier chega em Uvea em dezembro de 1841 para resgatar o corpo de São Pedro Chanel de Futuna, que aconteceu em janeiro de 1842. O Bispo Pompallier ficou em Uvea para organizar a retomada da missão em Futuna. No final de maio de 1842, ele com dois padres e o Ir. Marie-Nizier retornaram à Ilha. Em pouco tempo, comovido pelo exemplo heroico de São Pedro Chanel, toda a ilha se converteu.

A história de São Pedro Chanel nos ensina que o “sucesso” e a “fama” neste mundo não são critérios que Deus utiliza para julgar pessoas. O que importa são a fé, a perseverança, o sacrifício, e acima de tudo, caridade, com um amor profundo pela humanidade!

São Pedro Chanel foi um Marista, que tinha um amor profundo para com Maria como base de sua missão, e muito mais.

Pe. Patrick O’Neil, sm

 

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