BREVE HISTÓRIA DA SOCIEDADE DE MARIA

A Sociedade de Maria deu início no dia 23 de julho de 1816 quando doze jovens, padres e seminaristas, da diocese de Lyon, na França, subiram a colina de Fourvière. Após a Celebração Eucarística, no pequeno santuário dedicado à Virgem, eles prometeram publicamente que usariam todas as suas forças para construir uma congregação que levaria o nome de Maria. Um dos jovens chamado Jean Claude Courveille, nascido em 1787, em Usson, aos dez anos ficou cego por causa de uma doença. Em 1809, com vinte e dois anos, ele fez uma romaria a Nossa Senhora de Puy, ungiu os olhos com óleo da lâmpada do altar da Virgem e logo recuperou a visão. Após o ocorrido, sentiu desejo pela vida sacerdotal.

A cada ano Courveille voltava a Puy para agradecer à Nossa Senhora. Em 1812, rezando no altar da Virgem, ele sentiu que ela lhe falava: “Eu fui o sustentáculo da Igreja no início, e ainda o serei no fim dos tempos.” A Virgem queria uma congregação que levasse o nome dela e que fosse instrumento da misericórdia de Deus no mundo em crise.

Essa inspiração inicial também  sempre esteve, de modo oculto, no coração do jovem Jean Claude Colin, que veio a ser considerado, mais tarde, como o fundador da Sociedade de Maria, o ramo dos Padres Maristas. No seminário de santo Irineu, em Lyon, Courveille começou prudentemente a espalhar a ideia da Sociedade de Maria entre colegas, entre eles Colin e Champagnat. Logo formou-se um grupo para discutir sobre o assunto, com cada um sugerindo ideias de como iniciar a Sociedade. Boa parte das pessoas do grupo estava no santuário da Virgem, dia 23 de julho de 1816. Entre eles o jovem Colin que um dia antes tinha sido ordenado padre. Padre Colin se tornou o fundador dos Padres Maristas e Padre Champagnat o fundador dos irmãos maristas. Todos os pioneiros do projeto marista tinham a convicção de que não estavam realizando os próprios sonhos e desejos, mas a vontade daquela que os elegeu de maneira gratuita, deu-lhes o seu doce nome e uma missão: construir a obra de Maria no mundo.

A Sociedade de Maria torna-se uma realidade e isso com a colaboração de Colin que nasceu em 1790, na aldeia de Saint-Bonnet-le-Troncy, em uma família de artesãos de tecelagem. Viveu uma árdua realidade, pois os pais dele morreram quando ele ainda tinha 4 ou 5 anos. Além disso, foram perseguidos por terem ajudado um padre a se esconder durante a Revolução Francesa. O jovem Colin teve a infância difícil, além de perder os pais, viveu em um ambiente conflituoso e acabou crescendo na solidão.

Aos quatorze anos entrou para o seminário, não tinha o objetivo de ser ordenado padre, mas para estar com Deus. Quando começou a estudar teologia no seminário de Santo Irineu, em Lyon, lá ele ouviu falar do projeto da Sociedade de Maria. Depois da ordenação sacerdotal e da Promessa em Fourvière, Colin foi enviado a Cerdon para ser vigário de seu irmão Pedro Colin, que era pároco. Um ano depois da chegada a Cerdon, ele resolve contar ao Pedro sobre a Sociedade de Maria.

O Pe.Pedro lembrou-se de uma moça que conheceu na paróquia de Coutouvre, onde havia sido vigário. Ela era bem comprometida, era Joana Maria Chavoin, futura fundadora da Congregação das Irmãs Maristas. Ela não queria entrar em nenhuma congregação, mesmo sentindo atração pela vida religiosa.

O Pe.Pedro escreveu-lhe e ela veio a Cerdon com uma amiga, Maria Jotillon. Elas viviam pobres no meio do povo, trabalhando, dando catequese, além disso ajudava na pastoral. Pe. Jean Claude Colin depois de conhecê-las compartilhou com ela a ideia de fundar uma congregação religiosa que levasse o nome de Maria.

Quem foi esta mulher?

Joana Maria Chavoin nasceu em Coutouvre, dia 29 de agosto de 1786. Foi educada em seu próprio lar durante a Revolução Francesa. Ela passou a infância e a juventude no povoado em que nasceu, e nada conhecia como era o mundo fora dele. Cada dia colocava à mostra com maior clareza seu firme juízo, um amor ao trabalho e um raro dom para organizar, juntamente com piedade sincera e prática. Era fortemente dedicada  à glória de Deus e ao bem dos demais.

Outro que fazia parte dos doze que fizeram a promessa em Fourvière foi Marcelino Champagnat, que nasceu  em 1789 em Marlhes. Ao contrário de Jean Claude Colin e Courveille, esse teve infância serena, ou seja, sem problemas sérios. Herdou do pai o temperamento de empreendedor. Quanto à educação escolar, ele a abandonou devido ao relacionamento conflituoso com um professor. Problema que foi solucionado quando entrou para o seminário. Vale acrescentar que a ausência no tempo normal escolar, rendeu-lhe muitas dificuldades enquanto se preparava para o sacerdócio. Em 1817, ele inicia com dois jovens, numa casa alugada, o Instituto dos Irmãos Marista.

Santuário de Nossa Senhora de Le Puy, França.

João Cláudio Courveille

Lâmpada com óleo, que se encontra ao lado da imagem  de Nossa Senhora, onde Courveille retirou o óleo que passou em  seus olhos.

Basílica antiga de Nossa Senhora de Fourvière, Lyon, França. Do lado esquerdo da imagem, parte da Basílica nova. 

João Cláudio Colin, fundador dos Padres Maristas e co-fundador da Congregação de Maria, irmãs Maristas

São Marcelino Champagnat,  fundador do Instituto dos Irmãos Maristas

Joana Maria Chavoin,  fundadora da Congregação de Maria, irmãs Maristas

Francisca Perroton,  Uma das Pioneiras da Irmãs Missionárias da Sociedade de Maria

Jovens corajosos! Todos jovens!

Personagens maristas das origens. Da esquerda para a direita: Madre São José (Joana Maria Chavoin), Fundadora das Irmãs Maristas. São Marcelino Champagnat, um dos doze que fizeram a promessa, fundador dos Irmãos Maristas.  São Pedro Julião Eymard, foi vigário geral nos primeiros anos de aprovação da SM. Saiu da Congregação pra fundar a Congregação do Santíssimo Sacramento. João Cláudio Colin, um dos doze que fizeram a promessa, fundador dos Padres Maristas. Françoise Perroton, uma das Pioneiras das Irmãs Missionárias da Sociedade de Maria. Jean Claude Courveille, um dos doze que fizeram a promessa. São Pedro Chanel, primeiro mártir e santo marista, martirizado em Futuna, na Oceania. Ao fundo está a imagem de Maria, discreta, oculta e desconhecida. Cada marista é chamado a assumir o rosto de Maria no mundo. 

Le Puy

Jean-Claude Courveille nasceu em 15 de março de 1787 em Usson, na diocese de Le Puy. Com dez anos de idade ele pegou varíola, que produziram lesões nas córneas. Tinha um grande…

Fourvière

No dia 23 de julho de 1816 doze jovens, padres e seminaristas, da diocese de Lyon subiram a colina de Fourvière. Após a Celebração Eucarística no pequeno santuário dedicado a Virgem…

Cerdon

Os seis primeiros anos de sacerdócio do Pe. Colin foram em Cerdon. Um pequeno povoado situado no centro da França, com menos de 1500 habitantes. Era vigário paroquial de seu…

Bugey

O Bugey é uma das quatro regiões do departamento de l’Ain que separa a França da Suíça. Seus muitos paroquianos rurais tinham sido mal tratados pela Revolução Francesa. Muitos…

Bicentenário

Em Fourvière, colina situada sobre as bases da antiga cidade pagã de Lyon, na França, foi erguido no século XII um santuário dedicado a Maria. Ali, em julho de 1816, doze jovens levam suas intenções e propósitos a Nossa Senhora…

SOCIEDADE DE MARIA NO BRASIL

A Sociedade de Maria – Padres Maristas – chegou ao Brasil em dezembro de 1981, por meio de uma iniciativa tomada pelo Conselho Geral da Congregação, em Wellington no ano de 1980. O trabalho inicial em terras brasileiras tinha um caráter de…